quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Infinito

Não tenho outro remédio para a minha vida 
senão deixar que as palavras falem por mim. 
Que sejam a minha expressão. 
Oferecê-la a outros olhares? 
Se outros olhares a vislumbrarem e as importarem, 
terei sido fiel ao amor que me guia. 
Ao da minha arte.
A minha vida.
Um amor infinito e indivisível
Porém, que se divide infinitamente
Sem nunca se diminuir
Em intenção
Nem força
Quando a divido com os olhares
que nela recaem.
O amor que me faz ser quem sou

que me faz descobrir a sombra e gostar,
Que me atira de encontro às palavras
Que num gesto de coragem e fé
as alinha em mim,
Nada sou de artista,
Tão só não tenho outro remédio
senão deixar que a minha vida
seja a arte
que me expressa.
Por mim. Usando-me.
A ambas,
amá-las-ei
até que no lugar do nunca,
para sempre,
se infinitem

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