sábado, 30 de agosto de 2014

Gente diferente

Conheço gente, 
gente diferente 
gente inteira
feita de pedaços incompletos de gente 
quase sempre inquebráveis e inteiros
que por vezes se despedaçam,
e voltam a ser inteiros


uns artistas, outros não,
de cabeça para baixo e pernas para o ar,
cabelo despenteado,
que se senta 
dentro de árvores,
que troca o comum,
pela sua identidade,
que troca as voltas monótonas do mundo
pelas voltas singulares das suas vidas 
uns amigos para sempre,
outros tão só de passagem
outros são até desconhecidos,
uns mais presentes que outros
com artes,
sem artes,
mas com uma arte em comum:
transformam a vida na arte 
de não perder a capacidade de sorrir 
de ser feliz
mesmo quando a tristeza 
é quase tudo o que têm,
são essas vidas, 
dessa gente, 
mesmo que por instantes,
deixam na minha vida
a marca das suas
E me ensinam sobre esta arte. 

Se tentarem,
com o breu da espuma os dias 
me impor regras para me matar de tristeza
se me quiserem matar a alegria,
usarei a sabedoria que esta gente 
diferente, despenteada,
de cabeça para baixo,
incomum
me ensinou,
por eles,
para que toda a gente saiba 
que esta gente despenteada 
cumpre e cumpriu a sua vida,
sentar-me-ei dentro de uma árvore
gritarei sem lamentos 
sem mais razões,
até ficar mais louca pela felicidade,
sussurrarei
corpo, alma,
até que a voz do silêncio 
caia rouca
no encontro com a habilidade desta arte mágica,
mesmo que tudo à minha volta 
sejam gritos roucos e tristes
de ser no silêncio de dentro de uma árvore 
um sorriso feliz

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Infinito

Não tenho outro remédio para a minha vida 
senão deixar que as palavras falem por mim. 
Que sejam a minha expressão. 
Oferecê-la a outros olhares? 
Se outros olhares a vislumbrarem e as importarem, 
terei sido fiel ao amor que me guia. 
Ao da minha arte.
A minha vida.
Um amor infinito e indivisível
Porém, que se divide infinitamente
Sem nunca se diminuir
Em intenção
Nem força
Quando a divido com os olhares
que nela recaem.
O amor que me faz ser quem sou

que me faz descobrir a sombra e gostar,
Que me atira de encontro às palavras
Que num gesto de coragem e fé
as alinha em mim,
Nada sou de artista,
Tão só não tenho outro remédio
senão deixar que a minha vida
seja a arte
que me expressa.
Por mim. Usando-me.
A ambas,
amá-las-ei
até que no lugar do nunca,
para sempre,
se infinitem

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

a minha "guest house" na serra de Monchique

Porque receber, acolher, nutrir, ouvir estórias, contar estórias, partilhar, viajar nas estórias, colocar-mo-nos no lugar dos outros faz parte da minha missão.
Agora neste recanto da Serra de Monchique.
Enquanto faço da escrita a minha cúmplice e parceira de vida.
Os cozinhados são feitos com os produtos da horta biológica.


https://www.facebook.com/anabela.ferreira.5876/media_set?set=a.10203653245907120.1095875895&typ

e=3